Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1950 - 1980 (Produção)
Nível de descrição
Coleção
Dimensão e suporte
Filmográfico (películas em 16mm): 45 itens
Filmográfico ( cópias em DVD): 45 itens
Área de contextualização
Nome do produtor
História administrativa
Em 8 de fevereiro de 1952, iniciaram-se as atividades da primeira Escola de Educação Física do Estado de Minas Gerais, de caráter público, no governo Juscelino Kubitschek. A Escola era vinculada à Diretoria de Esportes de Minas Gerais e mantida com verba mensal vinda da Loteria de Minas, garantida pelo Decreto Federal n. 31.761, de 12 de novembro de 1952. No mesmo ano foi criada também em Belo Horizonte a Escola de Educação Física das Faculdades Católicas, mantida pela Sociedade Mineira de Cultura. Nessas Escolas funcionavam cinco cursos: Superior de Educação Física, Educação Física Infantil, Técnica Esportiva, Medicina Especializada e Massagem Especializada.
Os currículos das duas escolas eram idênticos. Tal organização baseava-se naquele da Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD), Rio de Janeiro, conforme Decreto-lei 1212, de 17 de abril de 1939(1). Nas Escolas mineiras, a única diferença estava na inclusão da disciplina Cultura Religiosa, no curso das Faculdades Católicas.
No dia 30 de setembro de 1953 aconteceu a fusão das escolas mineiras, em acordo firmado por Juscelino Kubitschek e Dom Cabral, sendo denominada, a partir daí, Escola de Educação Física de Minas Gerais (EEFMG). Possivelmente problemas financeiros e uma pequena demanda de alunos inviabilizavam a existência de ambas, isoladamente. A nova Escola passou então a ter uma organização mista, sendo mantida com recursos da Diretoria de Esportes do Estado e tendo orientação pedagógica vinculada ao Conselho Diretor da Sociedade Mineira de Cultura. A oficialização da fusão, com o reconhecimento federal da instituição, foi homologado em 13 de abril de 1955. A base curricular da Escola de Educação Física de Minas Gerais manteve estrutura similar àquele que vigorava na Escola do Estado, com a inclusão da disciplina Cultura Religiosa, já existente nos cursos das Faculdades Católicas. No que diz respeito à coordenação das atividades da Escola, os assuntos administrativos e educacionais eram decididos pela Direção, pelo Conselho Técnico Administrativo (CTA) e pela Congregação.
Indícios apontam que, nessas condições de funcionamento, a Escola procurou ter certa visibilidade no cenário da Educação Física estadual e nacional. Além dos cursos regulares, realizou atividades de formação destinadas a um público amplo, com o apoio financeiro do Governo de Bias Fortes, tais como as “Jornadas Internacionais de Educação Física”(2) e a publicação, por algum tempo, de um jornal denominado “Educação Física” (Linhales e Lima, 2010).
A Escola experimentou a partir de 1961 sérios problemas políticos e financeiros que quase levaram ao seu desaparecimento, pois o financiamento do Estado foi reduzido no governo de Magalhães Pinto. A EEFMG deixou de publicar o seu jornal “Educação Física” e, nos anos seguintes, não promoveu outras Jornadas Internacionais. Cerca de 50 bolsas de estudo ofertadas aos alunos provenientes de cidades do interior do Estado foram cortadas. Aos professores, funcionários e alunos faltaram recursos para continuar as atividades normais (Campos, 2007).
Em 1964, ano de golpe militar, a crise chega ao limite. Uma comissão de alunos da Escola vai ao governador Magalhães Pinto e é recebida no Palácio da Liberdade em 29 de setembro. A Escola chegou a encerrar suas atividades temporariamente na expectativa de uma reação do governo. O seu diretor naquele período, Prof. Herbert de Almeida Dutra, recorreu a diferentes instâncias governamentais nacionais e dos Estados Unidos da América solicitando que a Escola fosse incluída entre as beneficiadas pelo Plano Educacional de auxílio à América do Sul. Além disso, escreveu também ao presidente do Brasil, General Humberto de Alencar Castelo Branco, mas seus apelos que não tiveram resultado. Em 1965, a Escola passou pelo momento mais difícil e os funcionários decidiram paralisar as atividades. Os alunos, de pronto, aderiram ao movimento.
Mesmo assim, a EEFMG buscou afirmar-se como lugar de referência da Educação Física mineira. A documentação, objeto desse Inventário, confirma a realização de variadas ações, para além da oferta regular de seus cursos. Foi espaço de implantação de uma política de formação de professores denominada PREMEM (Programa de Expansão e Melhoria do Ensino Médio) e foi também instituição oficialmente designada pelo governo estadual para coordenar e realizar os concursos de provimento de cadeiras” e os “exames de suficiência” relativos à contratação de professores para a disciplina Educação Física das escolas estaduais secundárias (Oliveira, 2014).
A situação precária de funcionamento da Escola perdurou nos anos seguintes e, foi naquela conjuntura, que uma alternativa foi ganhando força: os seus membros entenderam que a situação pela qual a instituição passava somente seria resolvida em definitivo com a sua federalização, ou seja, a Escola deveria passar a pertencer à Universidade Federal de Minas Gerais, alternativa cogitada desde 1963.
A partir de 1966, estudos foram realizados com o intuito de implementar uma ampla reforma universitária no Brasil, que se efetivou com a Lei 5540/68. Naquele contexto de intervenção militar nas universidades, em 21 de novembro de 1969, a Escola de Educação Física de Minas Gerais foi agregada à Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do Decreto-Lei nº 997. A inserção definitiva deu-se com a instalação da Congregação da Escola de Educação Física, em 1973.
Notas:
1 - Nesse decreto foi estabelecido que a ENEFD, da Universidade do Brasil, serviria de base para outras escolas e, com isso, conferindo unidade teórica e prática à formação profissional em Educação Física no país.
2 - Entre 1957 e 1962, foram realizadas cinco “Jornadas Internacionais de Educação Física”, patrocinadas com recursos do governo estadual (Lima, 2012).
Nome do produtor
História administrativa
A partir do ano de 1966 foram realizados estudos com o intuito de implementar uma ampla reforma universitária no Brasil, que se efetivou com a Lei 5540/68. Nesta nova circunstância, em 21 de novembro de 1969, a Escola de Educação Física de Minas
Gerais foi agregada à Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do Decreto-Lei nº 997. A inserção definitiva deu-se com a instalação da Congregação da Escola de Educação Física, em 1973. Em função das condições precárias de funcionamento em
âmbito estadual, a federalização já vinha sendo cogitada pela comunidade da Escola desde 1963.
A integração à UFMG trouxe mudanças significativas, que se configuram num momento de inflexão na estrutura da Escola, coordenação e funcionamento. Foi preciso se adaptar às especificidades da Universidade, com impactos sobre a
organização do ensino e da administração, do corpo docente e discente e dos funcionários. Os cursos oferecidos foram reestruturados para se adequarem ao regimento específico da UFMG. Permaneceu a oferta do curso Superior em Educação
Física. O curso de Educação Física Infantil, por exemplo, foi paulatinamente desativado. Desde 1974, uma nova proposta curricular para a Licenciatura em Educação Física foi elaborada e enviada ao Conselho de Graduação e à Coordenação de Ensino e Pesquisa da UFMG. Todavia, depois de alguns ajustes e reformulações, sua aprovação definitiva aconteceu em 1977.
Uma vez inserida na Universidade, houve também a construção de sua sede no Campus Pampulha, inaugurada em 12 de dezembro de 1977, depois de cinco anos de construção, com uma área de 12 mil metros quadrados. Nessa mesma década de
1970 também foi construído o Centro Esportivo Universitário, instituição anexa à Escola, onde aconteciam as aulas de Educação Física ofertadas para os outros cursos superiores da UFMG, sob responsabilidade da Escola.
No que diz respeito aos modelos que orientavam o curso, a década de 1970 foi marcada por iniciativas que contribuíram para consolidar a Escola de Educação Física da UFMG como lugar de formação profissional e também de produção de
conhecimento na área. Destaca-se, por exemplo, a parceria com a UFRJ em 1973, para a realização, em Minas Gerais, do “Projeto Brasil” de detecção de talentos esportivos e a criação do LAFISE (Laboratório de Fisiologia do Esforço), em 1976, o
primeiro centro de pesquisas científicas da Escola. Nessa mesma época aconteceu também o primeiro curso de pós-graduação (especialização) em Biomecânica, com a participação de professores estrangeiros. Muitos professores da Escola fizeram pós-graduação no exterior (EUA e Alemanha), com impactos diretos na abertura de novas frentes de estudos e pesquisas científicas na instituição. Tais renovações se estenderam para a década seguinte.
Essas parcerias – e outras iniciativas de intercâmbio internacional, ocorridas na Escola de Educação Física desde a década de 1950 – colocaram em circulação uma grande variedade de pressupostos pedagógicos, políticos e científicos, provenientes de países
considerados como referência na formação profissional da área, adotados como modelos, trouxeram consequências duradouras para o campo da Educação Física.
No ano de 1979 os cursos de graduação em Fisioterapia e Terapia Ocupacional iniciaram suas atividades na Escola de Educação Física. A criação desses dois novos cursos levou à ampliação no número de professores e alunos, bem como dos campos de atuação da Escola. O ano de 1979 é, portanto, importante marco da trajetória da Escola e define o encerramento do fundo aqui descrito.
Entidade custodiadora
História do arquivo
Essa coleção de películas em 16mm, composta por 45 itens, é parte de uma coleção maior, o Acervo Fílmico do Cemef, que reúne filmes em diferentes formatos. São filmes nacionais e estrangeiros que abordam temáticas variadas e, em sua maioria, originários do Setor de Audiovisual da Escola de Educação Física da UFMG, acumulados entre as décadas de 1960 e 1970. Os filmes eram parte do material didático da Escola, foram recebidos junto aos Fundos Institucionais, no ano de 2009, quando teve início o projeto intitulado “O Cemef/UFMG como lugar de memória e pesquisa histórica do esporte em Minas Gerais: organização e conservação de acervos” (Edital Fapemig 016/2009). O recolhimento de tal documentação foi autorizada pelo então Diretor da EEFFTO, Prof. Rodolfo Novellino Benda. Alguns poucos documentos chegaram antes ao Centro, em função de alguns interesses de pesquisa. Aos filmes pertencentes ao acervo institucional, foram agregados outros que integram o Arquivo Pessoal do Prof. Herbert de Almeida Dutra, doado por seus familiares ao Cemef. O centro também recebeu o filme “Temas para TV e Cinema: Filmetes de Motivação”(CF.16.51) doado pelo professor Joelcio Fernandes Pinto no momento de sua pesquisa de mestrado, defendida em 2003, sobre “Representações de esporte e educação física na Ditadura Militar: uma leitura a partir da revista de história em quadrinhos Dedinho (1969-1974)”.
Dadas as características singulares desse tipo de acervo, sua organização implicou a construção de saberes e procedimentos bastante específicos. Uma primeira parceria foi realizada com o Cecor – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (órgão complementar da Escola de Belas Artes da UFMG), entre 2012 e 2014, para um primeiro trabalho de análise física, conservação e identificação de conteúdos. Posteriormente, o Cemef firmou termo de convênio com o Museu da Imagem e do Som (MIS) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para a continuidade do trabalho de conservação, descrição e produção de cópias, por meio do trabalho de telecinagem. A efetivação dessa parceria foi desenvolvida pelos bolsistas de extensão do projeto “Partilhando Memórias: recepção, organização e disponibilização dos acervos do Cemef/UFMG”: Felipe Carisio Nasciutti (2016-2017), Laysa Marcela Gomes Silva (2018-2019) e Mariana Gomes Aguilar (2019-2020). Contou também com a colaboração da Ana Paula Andalécio de Lacerda e do Rodrigo Pereira Reis da Costa, bolsistas do Centro, do Programa de Formação Profissional Complementar da FUMP e de Iniciação Científica, respectivamente, com contribuição direta na conclusão das edições e gravações dos filmes em meio digital e em DVD, bem como a confecção de capas e adesivos de identificação, além de revisões das planilhas de dados, descrição do conteúdo dos filmes, organização das películas e das cópias físicas e virtuais. A finalização desse instrumento de consulta foi executada pela bolsista de extensão Jamille Torquato, no ano de 2022.
Este inventário contém a descrição técnica e de conteúdo de cada uma das películas que apresentaram condições de análise e reprodução em outro formato. Não constam nesta coleção filmes cuja higienização e telecinagem não foram viabilizadas por problemas relativos ao seu estado de conservação . As informações aqui estabelecidas facilitam as ações de controle necessárias ao armazenamento físico dos originais em condições climáticas especiais, além de orientar a busca das cópias que estão em formato digital e, como tal, disponíveis aos consulentes interessados.
Outras coleções pertencentes ao Acervo Fílmico do Cemef encontram-se em processo de inventário e, em breve, serão disponibilizadas ao público.
Procedência
- Setor de Audiovisual da Escola de Educação Física da UFMG.
- Itens do Arquivo Pessoal do Prof. Herbert de Almeida Dutra.
- Doação do Prof. Joelcio Fernandes Pinto.
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O conteúdo dos filmes é variado, mas há uma predominância de filmes de ginásticas, atletismo, natação e esportes coletivos, como basquete e voleibol. Estão incluídos como temas desenvolvidos nas películas: aulas, treinamentos, apresentações, demonstrações, jogos, campeonatos, provas de Olimpíadas, entre outros. Além disso, o acervo contém filmes instrutivos com temas relacionados à segurança e à saúde. Há de se destacar ainda o registro de grandes eventos tais quais Olimpíadas de Tóquio e Campeonatos Mundiais.
Em relação às características gerais dos filmes, podem ser pontuadas sua curta duração, de 1 a 40 minutos aproximadamente, e majoritariamente em preto e branco e sem áudio. As localidades identificadas por meio das imagens concentram-se principalmente na Europa, na região da Escandinávia, mas também possui recorrências no Japão, no Brasil e nos Estados Unidos. Quanto à sua temporalidade, estima-se que o acervo dispõe de filmes produzidos entre as décadas de 50 a 80, principalmente no final dos anos 50 e início dos 60.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Área de condições de acesso e uso
Condições de acesso
Ausência de instrumentos leitores de películas, acesso por meio de cópias telecinadas
Condiçoes de reprodução
As cópias estão disponíveis para consulta em formato mp4, cada filme foi salvo em diferentes suportes (DVD, HD externo e PC). É permitido ao consulente acesso e reprodução das cópias, desde que garantida a referência ao acervo do Cemef.
Idioma do material
- alemão
- espanhol
- inglês
- português do Brasil
- sueco
Script do material
Notas ao idioma e script
Características físicas e requisitos técnicos
Os documentos filmográficos exigem equipamentos especiais para a reprodução. Poderá haver dificuldade para o uso destes documentos em função da indisponibilidade desses equipamentos. A consulta ao conteúdo deverá se valer das cópias digitais.
Instrumentos de descrição
Área de documentação associada
Existência e localização de originais
O acervo original está localizado na sala de reserva técnica, em ambiente climatizado. As películas estão acondicionadas em caixas de metal e de plástico, próprias para esse tipo de acervo. O empilhamento máximo é de 10 caixas por colunas, seguindo a ordem dos códigos de baixo para cima e da esquerda para a direita, iniciando da prateleira superior.
Existência e localização de cópias
As cópias gravadas em DVD estão acondicionadas em caixas box próprias para esse tipo de suporte e as mesmas contêm os elementos principais de identificação e descrição de cada filme. Seu armazenamento também é feito na sala de reserva técnica.
Unidades de descrição relacionadas
Área de notas
Nota
Nota de Conservação:
Os filmes foram higienizados, porém, pela natureza dos documentos é necessário que o mesmo processo de tratamento aconteça periodicamente. As cópias em DVD e no formato mp4 poderão ser futuramente substituídas por recurso digitais mais atualizados.
Identificador(es) alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso de assunto
Pontos de acesso local
Ponto de acesso nome
Pontos de acesso de gênero
Área de controle da descrição
Identificador da descrição
Identificador da instituição
Regras ou convenções utilizadas
Status
Final
Nível de detalhamento
Datas de criação, revisão, eliminação
Agosto de 2019
Idioma(s)
Sistema(s) de escrita(s)
Fontes
Nota do arquivista
Projeto de organização do acervo fílmico do Cemef
Coordenação
Profa. Meily Assbú Linhales (2010-2017)
Alunos e bolsistas que atuaram no Projeto
Felipe Carisio Nasciutti (2016-2017)
Laysa Marcela Gomes Silva (2018-2019)
Mariana Gomes Aguilar (2019-2020)
Jamille Cristina Torquato Ferreira (2022)
Instituições parceiras
Cecor – Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais da Escola de Belas Artes da UFMG.
Museu da Imagem e do Som (MIS) da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).