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Arquivos Institucionais

  • BR UFMG CEMEF 01
  • Dossier

Os Arquivos Institucionais são compostos por documentos textuais, iconográficos, audiovisuais e objetos produzidos e acumulados pela Escola de Educação Física. Esses documentos foram recolhidos do chamado “Arquivo Morto”, do setor de audiovisual e de alguns gabinetes e laboratórios da EEFFTO, entre 2001 e 2012. Passaram por um processo de higienização e organização. Atualmente, os diferentes tipos documentais se encontram em fases distintas de organização e elaboração de instrumentos de pesquisa.
O acervo textual, composto por documentos administrativos, de ensino, de pesquisa e de extensão é dividido em dois fundos. O Fundo 1 reúne documentação produzida pela então Escola de Educação Física de Minas Gerais entre 1952 (anos da criação da Escola) e 1969 (ano em que a instituição foi federalizada). O Fundo 2 é constituído por documentos produzidos na instituição após sua incorporação à UFMG que vão de 1969 a 1980 (ano em que foram criados os cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional na Escola, o que alterou a organização da instituição).
A coleção de objetos é composta por cerca de 347 itens pertencentes à EEFFTO/UFMG. Dentre os objetos da instituição, alguns foram encaminhados ao Cemef por funcionários ou recolhidos em um mutirão pelos professores e alunos no porão da própria Escola. Muitos estão patrimoniados e possuem número de tombo.
A coleção fílmica é composta por cerca de 355 filmes em películas e fitas magnéticas de áudio e vídeo, com registros de campeonatos e outros eventos relativos à dança, ao esporte e à recreação – nacionais e internacionais. Inclui também filmes didáticos em inglês e em alemão, utilizados na formação de professores na Escola de Educação Física nas décadas de 1960 e 1970.
A coleção iconográfica reúne 2.185 fotografias e também diapositivos, alguns quadros e cartazes.

Arquivos Pessoais de Professores

  • BR UFMG CEMEF 02
  • Dossier

Desde 2002 o Cemef/UFMG se lançou ao desafio de recolher, preservar, organizar e tornar acessíveis os Arquivos Pessoais de Professores da EEFFTO, que se distinguem dos demais por terem sido doados por familiares de docentes já falecidos, por professores já aposentados ou, ainda, por aqueles que, em atividade, escolheram pessoalmente depositar seus acervos acumulados no Cemef/UFMG.

Coleção História Oral

  • BR UFMG CEMEF 04
  • Collection
  • 2008 - 2022

A Coleção História Oral (CHO) é constituída por fontes orais produzidas através da escuta de pessoas e dos registros de suas lembranças e experiências em projetos desenvolvidos no âmbito do Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer (Cemef), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É composta por documentos produzidos a partir dos projetos de pesquisa intitulados “Eu vou te contar uma história... Memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1970)”; “Coleção história oral: memória de esportes e ruas de recreio em Minas Gerais (1940-1980)”; “História oral: produzindo fontes sobre a Escola de Educação Física da UFMG e os 50 anos de sua federalização”, realizados respectivamente em 2008-2009, 2010-2011 e 2019. Ao todo, a coleção é constituída por 47 entrevistas transcritas e por documentação a elas relacionadas (roteiros, fotografias, termos de cessão), arquivos de áudios e alguns registros audiovisuais. De acordo com a Política de Acervos vigente no Cemef, são incorporados à Coleção História Oral os depoimentos estabelecidos a partir de projetos de pesquisa e/ou extensão do Cemef que tiveram a história oral como principal metodologia.
A constituição desta Coleção , iniciada em 2008, buscava a ampliação e diversificação do acervo documental do Cemef e também uma construção coletiva de novas competências para o grupo de trabalho do Centro, tanto do ponto de vista metodológico, quanto do ponto de vista arquivístico, com a produção, registro e socialização das fontes orais.
Os projetos que deram origem aos documentos que constituem a CHO foram estabelecidos a partir de entrevistas que tinham como ponto de partida temáticas relacionadas aos esportes, às práticas corporais, à Educação Física, à Escola de Educação Física da UFMG . Mesmo que os projetos tenham sido desenvolvidos em momentos diferentes e por pessoas distintas, podemos afirmar que todos compreenderam a história oral como uma área de interseções. Um campo em que diferentes disciplinas e conhecimentos são mobilizados em torno de discussões teóricas e conceituais sobre o passado, a memória, as narrativas que se constituem sobre esse passado, a construção de identidades por meio das narrativas, a história e seus múltiplos sentidos, o papel da linguagem, o que é o tempo presente, o que é verdade, o que é o falso, subjetividades e outros tantos temas.
Compreendida como uma metodologia, a história oral tem especificidades que não escaparam aos pesquisadores. A produção intencional do documento é uma delas. Todas as entrevistas tiveram também como objetivo integrar a Coleção de História Oral do Cemef. Nos documentos produzidos, memórias foram narradas e compartilhadas ora com o(a) entrevistador(a), ora com outras pessoas que estavam no ambiente em que foi realizada e acabaram, por vezes, até intervindo no diálogo estabelecido; ora com o público que acompanhou o depoimento público e participou da sua construção mediante a escuta e/ou realização de perguntas e considerações que trouxeram à tona fragmentos dessas e de outras memórias sobre um mesmo acontecimento.
As entrevistas seguiram procedimentos técnicos de captação,documentação e tratamento. Elas foram registradas, gravadas em áudio e, por vezes em audiovisual, sendo posteriormente transcritas, revisadas e tratadas para disponibilização ao público. Ao serem disponibilizadas nesta Coleção para consulta, configuram-se como uma forma de devolutiva tanto aos entrevistados quanto ao público do Cemef.
Ressalta-se, pois, a importância da metodologia da história oral para o Centro por possibilitar produzir fontes e, consequentemente, ampliar e conhecer melhor o seu acervo.Nesse processo, é fundamental considerar que as transcrições das entrevistas não são as entrevistas em si. São a transposição da linguagem oral para o texto escrito. A opção feita pela equipe do Cemef foi por transcrever os documentos de áudio de forma literal e sem edições.
O instrumento de pesquisa que aqui apresentamos é fruto do trabalho coletivo de sucessivas equipes, que contribuíram, cada um a seu modo, com a organização da documentação que integra a Coleção História Oral. Esperamos que esse catálogo seja uma importante ferramenta para a extroversão do acervo sob a guarda do Cemef. Ansiamos que as fontes aqui apresentadas, com potenciais temas e objetos de pesquisa, sejam um importante instrumento para os pesquisadores interessados em conhecer as temáticas abordadas.

As entrevistas realizadas pelos dois primeiros projetos, “Eu vou te contar uma história... memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1970)” e “Coleção História Oral: memórias de esportes e ruas de recreio (1940-1980)” tinham como temáticas centrais o registro de memórias sobre práticas esportivas e de lazer em Belo Horizonte. Os eixos centrais eram três: peteca, futebol de salão e ruas de recreio. A peteca e o futebol de salão foram modalidades esportivas novas, introduzidas em Belo Horizonte a partir da década de 1950. Citamos aqui algumas das temáticas recorrentes nas narrativas dos entrevistados: o início dessas práticas na capital, os espaços e ambientes da cidade em que eram praticadas, as competições, as sociabilidades em torno do esporte, a consolidação e alterações nas regras, a criação de suas respectivas federações, o material esportivo e sua evolução. Como temáticas que perpassam as entrevistas ressaltamos as relações das práticas esportivas com a cidade e como é perceptível que as narrativas que os sujeitos desenvolvem sobre suas modalidades é centrada na classe média / alta de Belo Horizonte, tendo como cenários os clubes e escolas frequentadas por essas classes, na região Centro-Sul. Como temas das entrevistas realizadas pelo eixo ruas de recreio destacamos as políticas de lazer de Minas Gerais, o cotidiano das ruas de recreio e de órgãos do governo do estado que desenvolviam as atividades, a relação desse projeto com a escola de educação física de minas gerais.
O projeto “História oral: produzindo fontes sobre a Escola de Educação Física da UFMG e os 50 anos de sua federalização” teve como foco questões relacionadas à trajetória da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) e os cinquenta anos de sua presença na Universidade. Destacamos aqui algumas temáticas: a federalização, o ensino, o cotidiano da Escola, o espaço físico, a criação dos cursos de pós-graduação da EEFFTO, os projetos de extensão, o desenvolvimento da pesquisa.
Apesar dos projetos que produziram as entrevistas da CHO serem distintos, realizados em conjunturas diferentes, de maneira geral, observa-se que vários assuntos se repetem nas entrevistas, já que as temporalidades se aproximam ou são as mesmas, muitos sujeitos envolvidos nas práticas esportivas da cidade e nas políticas de lazer eram também professores e/ou alunos da Escola de Educação Física. Algumas instituições e espaços de Belo Horizonte são os mesmos, por mais que as práticas sejam diferentes: a própria Escola de Educação Física, ADEMG, clubes, Mineirão, Colégio Marconi.

Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer